Aprendendo a perdoar
Mt 6:14-15 / 18:21-35
Todos nós fomos feridos por alguém.
Nisso não há nada de errado, visto o próprio Jesus ter sido ferido. Entretanto,
a forma como você lida com essa ferida fará toda uma diferença na tua vida.
Precisamos saber lidar com as cargas de rejeição e injustiça
que já sofremos, estamos sofrendo ou ainda sofreremos. Não importa o que
fizeram conosco, importa o que estamos fazendo com aquilo que fizeram conosco.
1. O
QUE É PERDOAR?
É não levar mais em
conta as dívidas do passado. É
contabilizar como pago uma dívida feita anteriormente!
O
que não é perdão?
Não é um sentimento, é uma escolha.
Todos nós ficamos revoltados com a ação daquele que nos feriu, porem o perdoar
não é condicionado com a nossa sensação, mas com uma escolha: a de perdoar ou
não, a de ser parecido com Cristo ou não.
Não é uma sugestão, é um mandamento!
Mt 18:22
É unilateral, independente da reação
da outra pessoa. “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem
o que fazem...”
Não é esquecer, mas nunca mais usar
o fato contra a pessoa, mesmo se lembrando do ocorrido.
2. PORQUE
DEVEMOS PERDOAR?
2.1.
POR
QUESTÃO DE GRATIDÃO!
Deus
nos amou e nos perdoou!
2.2.
POR
QUESTÃO DE NECESSIDADE!
a)
Para
que sejamos perdoados
Aquele
que perdoa espera a misericórdia de Deus enquanto que o que não perdoa pode
esperar um julgamento contra os seus pecados.
b)
Para
que eu seja livre
Não
podemos guardar rancor. O rancor é como um lixo que guardamos dentro da nossa
casa. Quando não perdoamos verdugos nos atormentam...
c)
Para
que minha oração suba ao céu
Deus
não atende aos nossos pedidos quando retemos perdão...
d)
Para não ser destruído.
Sendo então contra a vontade de
Deus, a amargura (falta de perdão) causa danos violentos no homem por inteiro
(corpo, alma e espírito).
Corpo. Confirmando
a bíblia, a ciência identifica as células cancerígenas como células
angustiadas. Já é comprovado pela ciência que pessoas que vivem estressadas,
angustiadas são mais propensas a serem vitimas de câncer. Dt 28:27
Alma.
A apostasia trás uma serie de maldições relacionadas com a desintegração
psico-emocional, depressão e pânico. Dt
28:28, 65b-67
Espírito.
Quando não perdoamos, seremos atormentados por espíritos de aflição. Os
demônios passarão a ter legalidade para agirem em nossas vidas. Mt 18:32-35
2.3.
POR
QUESTÃO DE DEVER!
a)
O
perdão é um mandamento, não uma opção.
Se não andarmos conforme a vontade
de Deus, estaremos saindo da benção e entrando na maldição.
Se
Deus que é perfeito nos perdoa, porque nos que somos imperfeitos não perdoamos?
As ofensas que fizeram a nos não chega nem perto do que fazemos a Deus diariamente...
Quando
sonegamos perdão agimos como o impio. Por isso colhera o castigo do impio. Dt
28:15-20
b)
O
valor do que Deus nos perdoou é impagável!
O denário e o talento eram moedas da época. Se fossem vigentes hoje, elas teriam o seguinte valor:
1
talento = 6.000 denarios; 10.000 talentos = 60.000.000 denarios
Cada
denário = salário de um dia trabalhado.
Logo,
10.000 talentos = 60.000.000 x R$ 25,00 = R$ 1.500.000.000, fora juros e
correções monetárias... ou seja, um valor impagável.
As
ofensas que os homens fizeram uns aos outros é mínima em relação as feitas a
Deus.
100 denários = 100 x 25 = R$ 2.500,00
Nós
devemos a nossa própria vida a Deus!
O
rei confiara a servo um tesouro muito valioso que deveria ser bem aplicado: sua
vida!
Todos
os seres humanos tem uma divida para com deus impossível de ser paga!
2.4.
POR
QUESTÃO DE IDENTIDADE!
a)
A
lei de perdão de Deus vai alem de qualquer lei criada anteriormente!
Os
judeus deviam perdoar ate 3 vezes. Pedro quis ir um pouco alem e sugeriu 7, mas
Jesus ainda vai mais alem que qualquer lei humana: 70 x 7 = infinito! Não há
limites para perdoar!
As
leis do Velho Testamento e humanas nada têm a ver com esse tipo de perdão. É algo
exclusivamente cristão.
b)
O
perdão é fruto da vida de Deus em nós!
Quanto
maior a Fe em deus, maior a capacidade de liberar perdão.
O
poder de perdoar vem de Deus. O ser humano, o homem natural é vingativo por
natureza. Emanuel faz toda a diferença em nossas vidas.
c)
Um
ato moral efetuado sem compaixão não é justo quando prejudica o próximo.
Pessoas
que pedem a punição, a exclusão a outro irmão somente por sede de vingança são
mais pecadores que os que cometem tais atos.
d)
A
falta de perdão revela apostasia!
Como poderei conviver com uma
pessoas no céu se não consigo viver com ela na terra. Realmente não viverei com
ela, pois se eu não perdoar, não irei para o céu.
3. QUANDO
TEMOS QUE PERDOAR?
3.1.
Sempre
quando nos pedem perdão!
O
OUTRO SERVO PEDIU PERDÃO, mas devemos perdoar mesmo quando não nos pedem.
Muitos
crentes não perdoam o irmão, mesmo quando este pede perdão.
3.2.
Sempre
também quando não nos pedem perdão.
Independente
da posição do ofensor. Jesus e Estevão perdoaram seus algozes mesmo quando eles
não se arrependeram. Lc 23:34-35, At 7:59-60
4. FASES DO PERDÃO
O processo de perdoar é um pouco complexo de
se explicar, mas fácil de ser compreendido por alguém que já precisou perdoar e
conseguiu. Para alguém que já passou pela situação de ser ferido, machucado, traído,
mas conseguiu liberar perdão, essa situação é bem mais simples de ser
compreendida. Se você ainda não passou por um processo semelhante em sua vida,
mas está diante de uma situação drástica, como a descoberta de uma traição ou
mentira, esses passos vão te ajudar a passar por esse processo com uma maior
facilidade e menor dano e dor.
Vamos lá:
4.1.
Indiferença.
É a principal característica de uma
pessoa ferida. É o real extremo do amor. É a morte da pessoa dentro de nós,
pois não podemos matá-la pessoalmente. Agente não pode assassinar ninguém, senão vamos
presos, então decidimos matar essa pessoa da nossa vida e passamos a ignorá-la.
Muitas pessoas estagnam nesse primeiro
estagio. Tratam a indiferença como a solução para o problema da mágoa e do
rancor. Na verdade, estão guardando dentro de si um veneno e não percebem. Afirmam
“eu já superei isso”, mas não conseguem tratar abertamente sobre o assunto sem
que ele traga consigo ira, tristeza, revolta. A pessoa nunca conseguiu superá-lo
de fato, mas maquia sua vida tentando apagar de sua memória a pessoa ou o fato.
A indiferença é só um engano para a nossa alma tentando fugir do confronto e da
realidade de uma traição.
4.2.
Raiva.
A raiva vem logo depois da indiferença. Quando
você consegue superar um, vem o outro. Ao perceber que não temos outra
alternativa com a pessoa a não ser perdoar, a tendência é transformar a
indiferença em raiva. A raiva já é, acredite, um sintoma positivo
dentro do processo de perdão! Ela é sinal que a ferida esta sendo
espremida. E quando ela é expremida, trás sim dor. Mas o processo de perdão não
para por aí...
4.3.
Conflito.
Guerra. Choque. Confronto. São essas palavras
que podem descrever dentro do ser humano diante da real possibilidade de ter
que perdoar alguém. Sua carne quer fazer uma coisa; seu espírito, outra. Nesse momento
o Espírito Santo faz a pessoa entrar em conflito com a própria carne ao
mostrá-la que pode perdoá-la e que essa é a opção correta.
4.4.
Frustração.
Frustração é o sentimento de querer muito que
as coisas sejam de um jeito, mas na verdade tem que ser feita de outro. Frustração
é a consciência disso! Esse sentimento vem quando a pessoa já
está
convencida
que pode perdoar e que deve perdoar, mesmo não gostando da ideia.
O ser humano, então, sente-se impotente ao mesmo em
tempo em que é fortalecida sabendo que faz a coisa certa.
4.5.
Aceitação.
É quando a pessoa se
conforma com a idéia de perdoar, colocando sua
obediência acima dos seus sentimentos. O Espírito passa a
governar as emoções da pessoa. Chegar até aqui não foi fácil, acredite, mas
é o inicio da vitoria!
4.6.
Paz.
De agora em diante só vamos experimentar os
efeitos terapêuticos do perdão, os seus benefícios. Quando a pessoa sustenta
com firmeza a vontade de Deus, sente a paz que excede todo
entendimento. Sente um peso saindo de suas costas. É o sinal da vitoria com
Deus!
4.7.
Memória cicatrizada.
Sentindo-se consolada pelo Espírito,
pode confortavelmente se lembrar das injustiças sofridas sem sofrer ou sem usar
contra quem lhe ofendeu. Isso já é o contrario da reação inicial de
indiferença, onde a pessoa não suportava tratar sobre o assunto. A ferida esta
cicatrizada. Já pode ser falado sobre isso abertamente sem que a memória do que
aconteceu traga dor.
4.8.
Bom humor.
Memória curada é igual a bom humor!
É a menor distancia entre duas pessoas! Não há mais barreiras. Não há divida. Ninguém
deve nada a ninguém. Sem pressões, sem culpas. O que passou já ficou para trás!
Já foi pago!
5. PERDÃO E AMIZADE
Nós temos que perdoar a todos que
nos ferem, mas não podemos ter todos como nossos amigos
novamente. Intimidade e amizade são condicionadas a credibilidade. Credibilidade
se reconquista. Confiança é algo que deve ser reconquistado. Não confunda
perdão com tolice. Uma coisa é você perdoar, outra é a pessoa esta de fato
arrependida e transformada. Devemos sim dar outra chance aquele que nos feriu,
mas agora com muito mais atenção e prudência, principalmente em amizades.
Concluindo
Muitos estão doentes porque estão
com raiz de amargura no coração participando da mesa do Senhor.
Que possamos analisar cada um a si mesmo e liberar perdão àqueles que têm
nos ofendido.
Se tem alguém que te feriu e te procurou e você estava muito chateado, liga para essa pessoa. Se reconcilia com teu irmão...
Lembre-se, Jesus disse lá da cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem..."
Que o perdão seja uma pratica diaria em nossas vidas. Que Deus nos ajude sempre a liberar perdão, e a não guardar magoa, nem rancor e nem desejo de vingança, quando somos feridos por alguém. Amém.
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